quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A Boneca:
“ — Tu parece uma boneca. Ele sorri com delicadeza.

— Pareço ? Perguntei-me assustada.

— Parece.

Havia um silêncio na sala, passaram-se 3 minutos e aquilo ainda me martavala.

— Mas porque ? Sou bonita e “fofa” como uma ? . Achei graça do que eu mesma disse.

— É, por isso também.

— Ora, me diga logo por completo o porquê de me comparar com uma boneca.

Ele sorriu quando me irritei. — É que tu és frágil como uma boneca de porcelana e manipulada como uma boneca de fantoche. Tem um sorriso preso no rosto, um silêncio tão profundo, e é cheia de costuras …. Como uma boneca.

— Que besteira ! Sou forte, olha meus músculos. Mostrei meus braços como se houvesse algum, e sorri.

— És forte … Enquanto está ali na estante, mas quando a pega precisa de todo o cuidado para não lhe machucar

Eu abaixei a cabeça, e tive que concordar com tudo o que ele tinha dito. Era tudo verdade, eu realmente tinha me transformado numa “boneca” na qual todos usavam, e quando não queriam mais brincar, me colocavam num canto na sala, do quarto ou no canto do coração. Ninguém podia imaginar o quão ruim era se sentir daquele jeito, mas afinal, ninguém se importava mesmo. ”

Nenhum comentário:

Postar um comentário